domingo, 14 de junho de 2009

Culto racional – 3ª parte

A empresa de telefonia Oi foi muito feliz quando lançou um comercial onde mostrava vários absurdos acontecendo na sociedade e todo mundo convivendo muito bem com eles. (Para ver o comercial, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=Ywkr9bb-tVI)
O vídeo começa falando: naquele lugar ninguém se incomodava com pequenos absurdos. Vemos varias cenas absurdas, e todo mundo se dando muito bem com isso.
Até que o rapaz fala a palavra “absurdo” e todos param por alguns segundos. E depois tudo volta ao normal. Acostumamos-nos tanto com os absurdos que, quando alguém menciona, paramos por um segundo e continuamos a viver neles.
Porque engolimos naturalmente todos os absurdos que são ditos em muitos altares? As pessoas são incoerentes que dizem que cada um livre para se achegar a Deus, mas não podemos questionar o poder e a forma de organizar os impérios chamados igrejas. As pessoas são tão incoerentes nas suas palavras, que dizem que somente Deus tem poder, mas delegam plenos e totais poderes ao homem, dizendo que sua “autoridade” não pode ser questionada.
É assim também entre os grupos de pessoas chamadas evangélicos: se alguém se levanta contra os absurdos, logo será taxada de revoltada, herege, criadora de confusão. Então, as pessoas continuarão a conviver tranquilamente com os absurdos e abandonarão a sua fé racional, deixando de usar aquilo que Deus lhe deu e disse que era bom: sua razão.
Assim, a religião da emoção possui um slogan, uma frase: É PROIBIDO PENSAR.
Pensar não faz parte da religião dos emo-gelicos (fusão de emocionalistas + evangélicos), porque pensar pode me fazer levar para caminhos que não me agradam, que não me satisfaçam. Pode me levar a questionar minhas posturas, questionar meu cristianismo individualista e consumista. Então, prefiro uma religião mais alienante, uma religião que não me faça importar com o outro, preferindo uma religião anti-cristã, e portanto, tornando-se um anti-cristão.
Gostaria de mencionar um texto do Leonardo Gonçalves, extraído do site púlpito cristão (http://www.pulpitocristao.com/). Ele diz assim:
“Será que ao receber a Cristo, abrimos mão do nosso cérebro? Será que já não sabemos pensar logicamente? Causa e efeito, princípio da uniformidade, fenomenologia da religião, essas coisas não são contrárias a fé. Aliás, podem até fortalecê-la. Nós fomos feitos para pensar! Vejo tudo isso e pergunto a mim mesmo: "O que será que impede os cristãos de serem mais críticos em seus posicionamentos, mais bereanos em relação à bíblia, menos cabalísticos e mais espirituais?" Penso que já é tempo que se levante uma geração que seja capaz de repensar esse cristianismo pagão, e que, através do discernimento, possa resgatar a essência perdida da nossa fé. Eu oro para que essa geração se levante. Serão jovens que se atreverão a pensar fora do caixote, que levarão o cristianismo para além da arena denominacional, pois o campo é o mundo. Uma geração de crentes sem-crentices, sem aquela mensagem evangelicista distorcida e estereotipada, onde Deus ora é um vassalo que atende todos os caprichos dos homens, ora é um algoz, com chicote na mão, pronto para castigar com o fogo eterno todos aqueles que não se adequam às imposições meramente humanas de tal denominação. Serão jovens que pregarão um evangelho sem barganhas, sem sensacionalismo, sem farisaísmo, mas também sem libertinagem. Cristianismo puro e simples. O evangelho, nada mais.
Eu sei que a tendência é piorar. A presente apostasia é profética, mas é justamente essa apostasia que vai evidenciar quem são os verdadeiros servos de Deus (1Jo 2.9). E eu, meu camarada, quero fazer parte dessa geração. Me recuso a bailar conforme a música, e não quero bater palma pra maluco dançar. Se for para escolher entre as excentricidades das estrelas e a bíblia sagrada, prefiro a bíblia. Sei que estou longe de ser perfeito, mas nem por isso vou me acomodar, nem vou virar marionete nas mãos dessa gente com aparência de piedade, mas que pisa na graça e negocia os pressupostos inegociáveis do cristianismo, vendendo a fé, a grosso e a retalho, e esculhambando com a noiva do Cordeiro. Não vou mais disfarçar minha covardia com alegações de pacifismo e tolerância. Paz sem voz não é paz, é medo! Não podemos aceitar o inaceitável, e nem tolerar o intolerável. Este é um preço muito alto. Quero a paz com todos, se possível, mas desejo a verdade a qualquer preço.”
Jesus disse: e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Ele não disse: e sentireis a verdade, e a verdade vos libertará. Ele disse conhecer. A nossa salvação e a nossa libertação passa pelo conhecimento.

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